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domingo, 25 de junho de 2017

Causas e prevenção de quedas em idosos

Olá leitores. Como estão?
Recentemente, aconteceu um evento interessante no SESC Vila Mariana em São Paulo sobre prevenção de quedas em idosos. Foi uma Oficina Preparatória para a Campanha de Prevenção de Quedas promovida pelo SESC, em parceria com a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – SBGG, Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia – IPGG, Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Recreação e o Centro de Referência do Idoso da Zona Norte – CRI-Norte. A Mayara esteve presente e, como junho é o mês de prevenção de quedas, estamos escrevendo um post sobre o assunto.


Quedas podem ocorrer (e ocorrem!) em qualquer idade. Alguns índices apontam que 30% das pessoas com 65 anos ou mais caem pelo menos uma vez ao ano e que a proporção aumenta para 40% entre aqueles com 80 anos e mais. 


As quedas são consideradas as condições de saúde mais limitantes entre as pessoas idosas pois esse público apresenta maior chance de ter uma lesão, torção ou fratura e a consequência pode ser a hospitalização. Podem ser ocasionadas por diversos fatores, tanto internos (ocasionadas devido às alterações que ocorrem ao longo do envelhecimento), quanto externos. Dentre os internos estão a diminuição da visão e audição, alterações no equilíbrio, fraqueza muscular, sedentarismo, alterações nos pés, doenças crônicas, má qualidade de sono, problemas de memória, uso incorreto de dispositivos de marcha e o uso inadequado de medicamentos. Os externos são inúmeros, inclusive dentro de nossas casas: tapetes, baixa iluminação nos cômodos, camas, cadeiras e sofás muito baixos, móveis que atrapalham a circulação pela casa, sem contar as ruas, que contém inúmeros obstáculos, como os buracos e degraus. 

A campanha de prevenção desse ano é "Um passo de cada vez, não caia em armadilhas", que alerta sobre os riscos da dupla-tarefa, ou seja, realizar várias tarefas de uma vez, como caminhar e falar ao celular, por exemplo.
Assim, é importante redobrar a atenção enquanto caminhamos pelas ruas, observando os obstáculos, desníveis e pessoas que passam por nós, especialmente quando estamos fazendo duas coisas ao mesmo tempo, evitando que um acidente aconteça.
Ainda com relação à dupla-tarefa, sempre haverá uma consequência, sendo mínima entre os idosos ativos (diminuição da velocidade de marcha, por exemplo) e alto entre idosos frágeis. 
Existem medidas que auxiliam na prevenção de quedas, inclusive alguns treinos. Um exemplo é realizar um treino com o idoso, pedindo que ele caminhe um percurso e, ao mesmo tempo, realize um teste de fluência verbal (falando nomes de animais ou uma lista de supermercado) e até mesmo a contar uma história. Essa medida irá reduzir o risco de quedas e melhorar a regularidade dos passos do indivíduo. É importante realizarmos esse tipo de intervenção com os idosos para que eles se locomovam com segurança enquanto realizam duas tarefas, tanto nos seus lares quanto nas ruas. O treinamento de dupla tarefa previne quedas e, também, aumenta a reserva funcional, cognitiva e motora.

Como já foi dito, inúmeros fatores podem ocasionar quedas e, por isso, é sempre importante realizar acompanhamento médico para manter a saúde em dia. Além disso, outras medidas podem ser tomadas para diminuir o risco de quedas.


Seguem algumas dicas:

- Realizem, pelo menos, 30 minutos de atividades física por dia. Pode ser uma caminhada, um alongamento ou até mesmo dançar. Ficar parado não ajuda a prevenir quedas!
- Se tem dificuldades de enxergar, consulte um oftalmologista e utilize seus óculos corretamente.
- Cuidem bem de seus pés, higienizando-os corretamente, hidratando e cortando as unhas. É importante secar entre os dedos.
- Respeite a prescrição médica e evite a auto-medicação.
- Instalem barras de apoio no banheiro (próximo ao box e ao vaso sanitário), utilize uma cadeira firme no banho, caso tenham dificuldades para se abaixar, usem assento elevado no vaso sanitário, usem tapetes antiderrapantes na casa, evitem camas muito baixas e colchões muito macios. Mantenham um abajur ou uma lanterna perto da cama para acender quando precisarem levantar durante a noite. Melhorem a iluminação da casa. Nas escadas, instalem corrimãos dos dois lados, fita antiderrapante nos degraus e interruptores de luz no início e no final.
- Atentem-se às roupas e calçados! Evitem roupas muito compridas, tamancos e chinelos de dedo, calçados altos e com solado liso. Optem por calçados com solado anti derrapante e que prendam no calcanhar.
- Algumas pessoas (dependendo do quadro de saúde) precisam utilizar dispositivos de auxílio, como bengalas e andadores.  Caso seja prescrito, é importante fazer o uso correto. Consultem um fisioterapeuta!

Abaixo, segue a palestra da Oficina Preparatória para a Campanha de Prevenção de Quedas que aconteceu no SESC esse ano. Vale a pena assistir!
O nosso texto foi baseado nela e no Manual de Prevenção de Quedas que foi distribuído no mesmo evento.
Esperamos que tenham gostado e, se quiserem saber mais ou tiverem alguma dúvida, entrem em contato conosco! Compartilhem!
Agradecemos a visita.
Um abraço a todos.




quarta-feira, 7 de junho de 2017

Memória e envelhecimento: como manter o bom funcionamento?


Olá, leitores!
Estamos de volta trazendo um tema que preocupa muita gente: a memória.

Nos dias de hoje, é comum ouvirmos as pessoas se queixando de esquecimento. E não apenas os idosos mas também jovens e adultos.  E olhem que interessante: as falhas de memória entre os idosos frequentemente tem as mesmas causas que em jovens, a não ser que alguma doença que a comprometa esteja instalada.
Existem muitos estereótipos e mitos com relação à memória das pessoas mais velhas, como a generalização de que todo velho é esquecido, que não são capazes de aprender novas informações ou de recordar fatos. É verdade que alguns aspectos da memória são afetados ao longo do envelhecimento mas não podemos associar as dificuldades que surgem com a senilidade (processo patológico do envelhecimento).

E quais são as causas em comum que podem prejudicar a memória de jovens e velhos? Algumas delas são: pouco esforço ou pouco uso da memória; cansaço; sobrecarga mental, estresse e preocupação em excesso; problemas de saúde; depressão; ansiedade; dificuldade em prestar atenção; não utilizar estratégias de memória; uso de alguns medicamentos; má alimentação; insônia; sedentarismo, dentre outros aspectos. Lembrando que não estamos falando de idosos acometidos por alguma demência, como o Alzheimer, ou que tenham algum tipo de sequela!

A memória possui subsistemas (que não iremos detalhar nesse texto) e todos eles interagem entre si e são inter-relacionados. Alguns aspectos começam a sofrer alterações por volta dos 25 anos de idade e outros não são afetados ao longo do envelhecimento. Geralmente, a área da linguagem e da cognição social são aspectos mais preservados em idosos sem demência e as funções relacionadas à atenção e às funções visuo-espaciais sofrem maior declínio.
As mudanças que ocorrem podem dificultar no aprendizado de novas informações e no resgate do que já sabemos, mas não se torna impossível. Muitas situações demandam mais de nossa memória e tornam-sem mais desafiadoras quando ficamos velhos e é preciso mais esforço para aprender algo novo e, se aprendermos bem a nova informação, não iremos esquecê-la. Não nos esquecemos de nossas atividades rotineiras justamente por repeti-las com frequência. Então, uma vez que nos dedicamos a aprender algo novo, provavelmente essa informação será armazenada. 

Existem maneiras de minimizar o impacto dessas alterações se estivermos dispostos a nos esforçar. Porém, devemos escolher tarefas e formas que sejam melhores para cada um de nós, que façam sentido e que nos ajude a manter as habilidades de memorização.
Algumas medidas que podem melhorar o potencial de nossa memória são:
- Exercitem-se e mantenham-se saudáveis;
- Reduzam o estresse sempre que possível. Tirem um tempo para fazer algo prazeroso e que te proporcionem tranquilidade;
- Diminuam medicamentos que possam afetar a sua memória e a sua atenção. Conversem com o seu médico a respeito;
- Reduzam a sobrecarga da sua mente. Coloquem as suas coisas sempre nos mesmos lugares e utilizem calendários, listas, agendas e lembretes.
- Realizem desafios mentais. Podem ser jogos ou aprender algo novo, como uma língua ou instrumento musical;
- Mantenham uma auto-concepção positiva a respeito do potencial de sua memória. Celebrem novas conquistas e não enfatizem os estereótipos relacionados à idade;
- Conheçam seus pontos fortes e fracos. Busquem técnicas que possam ajudar.

E, para lembrar o que é muito importante, tentem fazer o seguinte:
- Se necessário, utilizem seus óculos e aparelhos auditivos;
- Prestem muita atenção;
- Eliminem distrações externas e internas. Foquem totalmente nas suas atividades;
- Listem suas prioridades;
- Respeitem o seu tempo. Aprender e recordar demandam maior tempo quando vamos ficando mais velhos;
- Repitam as informações para criar uma nova memória;
- Pensem estrategicamente. Encontrem estratégias que geralmente funcionam para vocês. Alguns exemplos são: elaborar lembretes, organizar as informações em categorias, conectar novos itens com itens significativos que já estavam em suas memórias, identificar os principais pontos de uma história, repetir o que se deseja memorizar, escrever as informações, criar imagens mentais.

Essas são algumas dicas que podem ser úteis para pessoas de todas as idades. Além disso, existem programas de estimulação cognitiva que utilizam várias ferramentas para aprimorar a nossa memória e cognição. Não existe idade certa para iniciar, e melhores resultados são obtidos o quanto antes começar. Se vocês tem interesse entrem em contato conosco.
Esperamos que tenham gostado do texto e que tenha sido útil e informativo. Comentem a respeito e compartilhem conosco as suas estratégias para manter o bom funcionamento da memória. Estamos à disposição para qualquer esclarecimento.
Agradecemos a visita!
Um abraço.

domingo, 30 de abril de 2017

Alcoolismo parental e envelhecimento: quais as consequências?

Olá leitores! 
Primeiramente queremos agradecer a todos que tem nos acompanhado. O apoio de vocês é a nossa maior motivação. O nosso muito obrigado de coração!

Hoje estamos trazendo um tema que já comentamos antes em nossas redes sociais: o alcoolismo. Abril é considerado o mês da consciência do álcool com o objetivo de reduzir os preconceitos relacionados à essa doença crônica que é tratável.
A Mayara realizou seu Trabalho de Conclusão de Curso intitulado "Alcoolismo parental e Grupos de Apoio: Repercussões Psicossociais sobre Filhos Adultos" e iremos discorrer um pouco a respeito.

Segundo vários estudos e instituições, é considerado alcoolismo a partir do momento que o uso repetitivo de álcool começa a trazer problemas para a vida do indivíduo, tanto nos aspectos clínicos quanto nos sócio-econômicos e familiares. Além disso, é considerado como uma patologia e que afeta a todos que convivem direta ou indiretamente com ela, sendo considerado um problema de saúde pública. 
O número de idosos tem aumentado no mundo todo, bem como o número de idosos que abusam de álcool e outras drogas. Então, é necessário maior atenção a essa parcela da população pois os efeitos do álcool são mais rápidos e acentuados na velhice, devido às alterações fisiológicas do envelhecimento.

Parentes de primeiro grau tem de quatro a nove vezes mais chances de desenvolverem um distúrbio relacionado ao álcool (Souza & Carvalho, 2013).
O alcoolismo é considerado uma doença da família, trazendo, assim, consequências para os filhos de alcoólatras, podendo desenvolver comportamentos saudáveis ou disfuncionais. Conviver com um pai ou mãe alcoólatra pode interferir no processo de envelhecimento e no desenvolvimento do indivíduo, além de impactar na sua qualidade de vida.

De acordo com as pesquisas da área, filhos de pais que abusam de álcool podem desenvolver depressão, ansiedade, déficit no desenvolvimento escolar e dificuldade em se relacionar, mas, também podem desenvolver características resilientes, o que depende muito da história de vida de cada um, do suporte que tiveram de outros membros da família ou da comunidade e de aspectos subjetivos e internos. 

Grupos de apoio que acolhem tanto o alcoólatra quanto seus familiares tem desempenhado papel importante no tratamento e na conscientização sobre esse transtorno, além de proporcionar que os participantes​ troquem experiências e criem novos vínculos. 

Portanto, entendemos que o alcoolismo é uma doença que afeta o indivíduo em vários aspectos, além de influenciar àqueles que o cercam e seu tratamento deve ser multifatorial, sendo necessário incluir a família nesse processo.
É importante que informações relacionadas ao abuso de álcool e ao seu tratamento sejam cada vez mais divulgadas pois quanto maior o conhecimento da população e dos familiares melhor será o resultado do tratamento. 
Lembramos que o tratamento deve ser realizado através do acompanhamento por uma equipe multiprofissional, levando em consideração aspectos biopsicosócio-culturais e que os grupos de apoio são de grande importância.
O gerontólogo pode atuar em conjunto com a equipe auxiliando no esclarecimento de dúvidas e questões relacionadas ao processo de envelhecimento, em diferenciar o que é natural e patológico na fase da velhice, a esclarecer que o alcoolismo não é algo natural da velhice e que existe tratamento. Além disso, reforçar que a família precisa e deve acompanhar esse processo. Pode participar da discussão de casos e realizar palestras e programas que alertem sobre as consequências do alcoolismo ao longo do envelhecimento.

Esse é um resumo do tema. Se quiserem saber mais, entrem em contato conosco que teremos o prazer de conversar com vocês.
Agradecemos a visita e, se gostaram, compartilhem a informação!
Um abraço.

Imagem: http://vencendo-o-alcoolismo.blogspot.com.br/2013/07/alcoolismo-e-o-impacto-sobre-os-filhos.html?m=1